Engraçado como as coisas acontecem ! O ser humano tem uma capacidade incrível de armazenar conteúdos e relacioná-los. Eu posso associar, dissociar, compor, desmembrar. A ciência diz que usamos 10% da nossa capacidade intelectual. Bom, imagino que eles querem dizer que isto é o que potencialmente podemos utilizar. Tipo a grana que a gente tem no banco : cada um tem gasta como bem lhe aprouver. Mas parece que neste quesito este bicho que anda sobre duas pernas anda cada dia mais econômico. Hoje vou republicar um texto que escrevi em Outubro de 2006, o título é "Sobre vômitos e o existencialismo" :
Nossa, agora que tenho este espaço fica mais fácil ainda perceber como o tempo corre célere (como dizia Machado de Assis). Neste post a inspiração é um fato bastante corriqueiro mas que permite uma análise mais profunda de como o ser humano se comporta de maneira equivocada às vezes.
Voltava eu do trabalho, ansioso como sempre, em um dos pontos entra uma mulher loira, alta e magra, cheia de sacolas de shopping center, transparecendo muita segurança. Cinco ou seis pontos a frente ela começa a passar mal, ato contínuo ela começa a vomitar, mas com vontade, detonou com o ônibus, em minutos ela era outra, make up borrado, escova desalinhada, segurança perdida.
Durante todo o fim do trajeto aquela cena me fez pensar em como a gente atribui importância às coisas fúteis em detrimento do que realmente importa: a arte, o conhecimento do ser humano, a capacidade de se relacionar pacificamente com o outro. Me deixou ,sim, um pouco cético em relação ao futuro da humanidade, pensar que os valores andam invertidos demais, a gente anda com os olhos bem fechados pra o curso das coisas. Indiferentes ao que importa, vulneráveis ao superficial. A questão é: qual meu papel neste mundo, vasto mundo?