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segunda-feira, 31 de março de 2008

Entre os atos



“Querido,
Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer.
Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que depositei em você toda minha felicidade. Você sempre foi paciente comigo e realmente bom. Eu queria dizer isto - todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais.
Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos.
V."



Esta é a nota de suicídio de Virginia Wolf, uma célebre autora inglesa que deixou obras realistas maravilhosas como “Noite e dia” e “Flush”. Virginia tornou-se um pouco mais famosa no mundo depois do sucesso de “As horas”, romance de Michael Cunningham que foi belamente adaptado para o cinema. Neste filme (estrelado por Nicole Kidman, Meryl Streep e grande elenco), o autor entremeia características de uma personagem de Virginia, a saber “Mrs Dalloway” com a história de outras mulheres em épocas e realidades diferentes, sempre em um recorte muito subjetivo e existencialista. Virginia Wolf se matou em 28 de Março de 1941.

12 comentários:

Anônimo disse...

É uma bela carta de suicidio....assim q puder quero ler um livro dela...e vou tentar assistir esse fim, parece-me bom...
beijo e boa semana

Pedro Freire Filho disse...

Você sempre com boas dicas. Parabéns!

Anônimo disse...

Eu aprecio a personalidade complexa e infeliz, e sobretudo impressiona-me o encher dos bolsos com pedras quando entra na água para afogar-se.

A ideia de suicidio é tramada. Quando se pensa que não vale a pena lutar, quando este mundo parece um quarto fechado sem janelas, quando não há motivação sequer para respirar...

Outros escritores também cometeram suicídio: Hemingway, Sylvia Plath, Mário de Sá-Carneiro, Florbela Espanca, Antero de Quental, Reinaldo Arenas, Camilo Castelo Branco, Chatterton, Emilio Salgari e Mishima, são alguns.

Boa semana! Beijus

Unknown disse...

sabia disso não amigo... não me diz nada, um tanto neutro, já tentei me matar mas até pra isso não fui muito bem, a calça da minha perna direita ficou presa na janela, só fiquei pendurada, enfim, deu tempo de ser retirada da janela do nono andar, nada demais, só eu! fui meio de ladinho, pra não fazer alarde... ai ai de vez em qdo vcs me fazem recordar certas coisas!! bjim aquele abraço com carinho da KK

Pedro Freire Filho disse...

Passando pra desejar um ótimo domingo.

Esyath disse...

Wagner,

pôxa, como alguém tão franca, tão inteligente e tão afortunada por ter encontrado amor... pode ter desistido da vida tão seriamente assim? Será que a criatividade... acabou... confundindo-a... e permitindo que ela perdesse os próprios limites? Será que seu maior dom... pode ter sido... sua maior destruição?


Beijos (Des)conexos!

Testes disse...

De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...

Portanto devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...

Oi amiga!!A Casinha da Luci está de volta e com muitas novidades^^
Agora não irei mais abandonar vocês
bjinhuuusss e saudades!!
http://casinhadaluci.zip.net
Visite tbém.meu mais novo cantinho:
http://studiodreams.zip.net

Anônimo disse...

Gosto muito de Virginia, queria ver esse filme, ainda não o vi.
Beijos

Anônimo disse...

Ela é uma boa escritora até mesmo quando está prestes a se matar...
Passe lá no meu blog e deixe seu comentário!!!

Anônimo disse...

Virginia Wolf e esse filme são sensacionais.

Anônimo disse...

Bonita carta de suicídio mesmo. Mas eu não escreveria uma não! Talvez um testamento pra ser lido daqui uns cem anos, hehehe... mas, daqui a cem anos... meu herdeiros serão os mesmos que os que eu citaria agora? Acho que não...

Anônimo disse...

de quem é a vida afinal? é muito reflexivo e inquiridor saber onde começa e termina o nosso direito sobre nós mesmos... Ai de nós pobres mortais!