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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Modus operandi - Escrita e oralidade na filosofia de Jean-Jacques Rousseau

Em seu ensaio sobre a Origem das línguas, Jean-Jacques Rousseau, filósofo suíço do século XVIII, defende uma origem bastante idiossincrática para uma possibilidade da origem da linguagem na sociedade civilizada que prioriza a relação entre homem e natureza. Para o filósofo de Genebra, a linguagem insurge de necessidades passionais e não racionais, isto é, o homem fala porque desenvolveu inúmeras paixões além de uma razão muito mais sofisticada do que aquela presente no homem em estado de natureza.

É importante salientar que algo muito recorrente na filosofia moderna é a relação entre homem e mundo, civilização e natureza ou indivíduo e cultura se preferirmos. Autores como Espinosa (na Holanda), Hobbes (na Inglaterra) desenvolvem suas próprias teorias de estado natural, cada um à sua própria maneira.



A teoria de estado natural na filosofia do Rousseau assevera que, o homem nasce bom e a sociedade o corrompe, resumidamente falando, o grande problema resulta da propriedade. Em um dado momento, devido à razão e às condições materiais, alguém imperou: "Isto é meu!". A partir desta apropriação dos elementos que, até então eram comunitários, e com comunitários não quero me filiar à teoria marxista, até porque seria um anacronismo gritante. Trata-se ,pois, de uma relação como em um genos grego ou como se verifica ainda na atualidade em comunidades indígenas nas quais não houve influências da civilização. No que tange à linguagem, dentro deste contexto, o ensaio de Rousseau mantem-se em um registro de orientação empirista, sem nem mesmo um compromisso categórico e que caminhe pas-a-pas com a História.

Não obstante a obra mostra uma grande erudição no que concerne ao conhecimento das línguas clássicas como o grego e o latim, as línguas modernas como o francês (língua na qual Rousseau escreve), o italiano e o inglês, bem como à música. É frustrante, portanto, esperar deste ensaio uma análise filológica da linguagem,como ocorre na Alemanha um século depois, ou uma análise lógico-ontológica como acontece muitos séculos antes com Platão e Aristóteles.



7 comentários:

Serginho Tavares disse...

a época das atrizes do meu post era uma época mais romântica
as estrelas eram divas, deusas inalcançáveis e hoje todos podem ser qualquer qualquer coisa em hollywood

Davisson disse...

Ai Wagner, está semana eu estava pensando na língua, mas não neste sentido. Estava pensando que por causa "dela", quantas guerras, quanta dor e tristeza é espalhada pelo mundo.

Discípulo disse...

"Anacronismo gritante" com a filiação ideológica ao marxismo ocorreu na apostila de um certo cursinho, que afirma: "o fim do neolítico se dá com o surgimento das classes sociais". Medo!

♥ Guida disse...

UM ferrari, é um carro :P

Pelo menos em Portugal é assim, segundo as regras :D


Beijinho

Unknown disse...

ei Wa, saudades, estou um pouco ausente, estou com um segundo trampo, no mometno tenho dor de cabeça e ainda é terça, é terça né? aff, enfim... adoro esse tipo de texto, a muito não falo do ser humano, no mais digo que toda filosofia é muito romântica, mas diria que é esquecido a simplicidade das coisas: acho realmente que nossa capacidade evolutiva e última no que diz respeito linguagem se dá somente por uma mudança nas cordas vocais, surgiu e "evoluiu" com a necessidade exata de "comunicar" com a natureza, e de resto a gente já sabe; a união da espada e a cruz fez o resto!!! ah amigo perfeito texto, deu saudades de reescrever sobre isso... beijos, um dia volto a postar, tb espero não demorar... KKá.

K. disse...

sobre o homem corrompido... talvez valha a pena ler "a guerra" de le clézio... mas já aviso: eu quse morri durante a leitura, que me ocupou por quase dois meses, quando a média é de um livro por semana...

maria claudete disse...

Bem só posso te dizer que gosto do didatismo literário elegante como você compara e descreve seus temas filosóficos, dá prazer ler seus textos. Feliz semana para vcê.